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Serie REFLEXÃO: Dar e Receber- O Fluxo Interrompido.

Dar e Receber- O Fluxo Interrompido. Por Paula Alves. Vamos direto ao assunto: Dar e receber implica que alguém tem demais, outro tem de menos, e ambos estão disponíveis a uma negociação. Negociação esta que quem tem demais vai apenas fazer parecer que está beneficiando quem tem de menos em busca de mais ainda. E nesse jogo, criam-se todos os desequilíbrios e prisões e doenças dos relacionamentos. No fluxo, tudo está disponível, todos tem usufruto, não existe mais nem menos, existe prontidão. Algo está pronto para ser usufruído e atender a necessidade do agora (não de alguém, perceba a diferença!) prontamente. O problema está no uso dos verbos dar e receber. Ninguém tem nada pra dar nem muito menos algo a receber, nem de Deus, nem dos deuses, nem do outro. Estes dois verbos caem muito bem numa estratégia de marketing de consumo, mas não cabe no plano dos relacionamentos saudáveis nem muito menos da evolução da alma. Os verbos dar e receber funciona como uma respiração interrompida em sem fluxo. Voce dá, voce expira, e na expectativa do receber algo. Sua respiração para. Voce recebe, voce inspira, e na cobrança interna de retribuir algo, voce trava a sua respiração e por um instante sem respirar, voce se perde. Vira um cobrador. Vira um expectador na espera do próximo gol. Vira um eterno irrealizado, frustrado. Vira um julgador, um crítico. Vira um influxo, de cabeça para baixo, de trás pra frente e às avessas. Vixe! O Universo é fluxo, é respiração (ou seja, a inspiração e a expiração não cessam, não tem intervalo em momento algum, não existe espera, expectativa ou medo de um novo momento, existe fluxo). Não existe inspiração e expiração, pois ambos estão conectados e viram respiração. Não existe intervalo entre o nascer e o pôr-do-sol e o cair da noite e a chegada da lua e o se por da lua e um novo nascer do sol. Existe um lindo fluxo. Não existe intervalo entre a primavera, o verão, o outono e o Universo. Existe um lindo fluxo. Entre voce ser gerado, nascer, fazer seu primeiro ano de vida e a cada período se renovar como ser (adolescente, jovem, adulto, idoso, defunto, nunca houve um intervalo, apenas um belo fluxo). Nem quando voce vira defunto, interrompeu algo, apenas fluiu para uma dimensão do ser misteriosa ao seu entendimento e ao entendimento dos demais presentes, pois voce não existe mais naquela dimensão física, visível, apenas. Fluiu para outra dimensão. De nível de existência misterioso. Voce não vê as águas dos rios e dos mares, dos oceanos voltarem, ou irem a algum lugar, elas fluem em belíssimas ondulações e redemoinhos. A crença do dar e do receber gera intervalos que criam toda a miséria dos relacionamentos em todos os níveis Uma vez numa aula de ioga, o professor ao final perguntou: o que voce trouxe e o que voce está levando deste encontro: todos tinham trazido uma expectativa, uma dor, uma miséria e estavam levando outra miséria: um pouco pode paz que se diluiria no primeiro confronto com o Eu Sou. Não sabia o que responder até que chegou a minha vez de falar e tinha que falar. Veio então a palavra fluxo. Eu falei, eu não trouxe nada nem levo nada, houve apenas um fluxo e haverá sempre um fluxo, o que quer que aconteça será apenas fluindo na experiência do agora. Quando eu gero um evento, ao encontrar com certas pessoas que avidamente perguntam como foi o seu evento, deu certo, aconteceu, foi um sucesso, deu muita gente... ao que prontamente eu respondo, simplesmente fluiu; vejo o não contentamento em suas faces por não terem recebido a resposta esperada, e sim apenas a resposta. Mas a crença do dar e do receber é tão forte que após um breve e profundo silêncio a roda continuou fortalecendo a sua relação com o dar e o receber, onde a troca nem sempre é justa, nem pode ser afinal, os campos de consciência que trocam são sempre diferentes. Alguém sempre quer sair na vantagem, sempre um fica insatisfeito, ou é ludibriado, ou exige uma qualidade de troca que nunca será satisfeita, primeiro porque foi exigida ao invés de simplesmente, deixar acontecer e aceitar o acontecimento; ou seja, virar fluxo. Mas para quem vive no medo está na ignorância da alma, tem que viver de trocas o tempo todo ou então se o fluxo se apresenta é brutalmente interrompido. Daí vive no certo e no errado, no aconteceu e não aconteceu, no sucesso e no fracasso, resumindo numa eterna frustração e frustração gera controle, gera violência de todos e em todos os níveis. O fluxo rompe todas estas misérias. O que quer que aconteça no fluxo, o único sentimento que brota é de compreensão, correção consciente, contentamento, estase, gratidão, bem-aventurança, abundância e opulência, aceitação, relaxamento, entrega. Vida. Aprendemos a jogar e a ter medo de viver. Por isso a mente, o controle, o sistema é tão importante. Aprender a viver no fluxo é o convite! Fluxo tem ritmo e cada ritmo é individual e se esse individual é reconhecido e respeitado em seu tempo, cessa-se todo tipo de infortúnio à vida. Cada um, cada ser vivo , tem o seu ritmo próprio, individual onde a sua existência flui. Dar e receber são um jogo. Miserável e doentio e mortífero. Fluxo é vida. *Paula Alves. Estuda  Ayurveda. Graduada em Comunicação Social, Relações Públicas, Esp. Gestão Organizacional, Curadora, Fotógrafa, Poetisa ,Escritora, Artesã, Culinarista, Amante do Bem Viver.BLOG: http:/muitoprazeremviver.blogspot.com/

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